De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.
E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.
Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.
Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Natália Correia
Poesia Completa
4 comentários:
Escrevi um poema esta semana que dizia assim:
Havia sombras de distância
no teu olhar
e uma fatalidade doce
nos contornos da noite
que os dedos de estrelas
pontilhavam de poesia.
-Tu vais negar-me!
-Não te nego!
Assim reescrevemos
a história,
engolimos a vida
tementes do riso.
Rasgamos os outros
porque assim é preciso,
domamos a face, escondemos misérias,
enchemos de lama
as coisas mais serias,
para não ver um esgar,
um riso,
um afastar.
O eterno dilema de estar.
Construímos sonhos, magia
e vivemos, amordaçados,
numa eterna letargia
e que tal publicar eese poeminha neste espaço?? tens q me enviar o teu e-mail para o convite...pode ser? é a terceira vez que te desafio...
Dizem que à terceira é de vez... aqui vai: ana_mamede1@hotmail.com
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